Andréia Moreno, da redação
O estudo é baseado no método de reciclagem de materiais orgânicos contidos na vinhaça, os quais são transformados em enzimas totalmente biodegradáveis e biomassa (testada para produção de ração animal). As enzimas, por serem biodegradáveis, são ambientalmente corretas e seguras.
O Cena/USP utiliza a vinhaça para produzir enzimas que estão sendo aplicadas na degradação do corante índigo (o mais utilizado na indústria têxtil)e no clareamento e diminuição do odor do restilo.
As pesquisas desenvolvidas há um ano, são promissoras e vêm mostrando que a matéria-prima extraída da vinhaça pelo desenvolvimento de fungos, quando combinada com resíduos têxteis, é capaz de descolorir e retirar as substâncias tóxicas desse tipo de efluente. Para os pesquisadores, quando dominada a técnica, elas serão capazes de substituir muitos produtos químicos nocivos ou perigosos, permitindo uma produção segura e ambientalmente correta, por ser decorrente de uma tecnologia limpa. “A eficiência dessas enzimas foi testada na descoloração e degradação do índigo com resultados promissores”, enfatiza Regina.
Segundo ela, o corante, apesar de ser muito utilizado pela indústria têxtil, é difícil de ser tratado, estando presente em efluentes e lodo. “Sistemas de tratamento de efluentes mal desenvolvidos, que não diminuem os excessos de resíduos, trazem sérios riscos à saúde humana e ao ambiente”, conclui a professora.